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O que a caçada aborígine nos ensina?
Em primeiro lugar vemos que a "dança" é uma preparação
mental e física para a caçada (objetivo). É um verdadeiro
planejamento e ao mesmo tempo um completo "treinamento". Quando imitam
o animal e o ato de caçar, fazem, na verdade, um treinamento de simulação
da caça verdadeira. Aí são discutidos os hábitos
do animal a ser caçado, o comportamento dos caçadores, as armas
e a destreza no uso dos equipamentos (bumerangues e lanças).
Mas o principal é que a dança serve para fixar claramente qual é o
objetivo do dia seguinte – caçar aquele determinado animal (e não
outro).
Com o objetivo bem determinado, claro e de conhecimento de todos (qual é o
animal a ser caçado), com ações de preparação
e treinamento (dança noturna) para conquistá-lo e com as armas
certas, não há como não obter êxito na caça!
No dia seguinte, a caçada segue sem nenhuma tensão ou ansiedade,
pois a certeza de caçar é tão grande que basta apenas ter
dedicação e entusiasmo para se atingir o objetivo final – trazer
o animal para a aldeia!
Um certo dia os oborígines me convidaram para a dança do emu (emu é um
avestruz, uma ema que existe naquela parte do mundo), pois iríamos caçar
no dia seguinte. Fizemos a dança como descrevi acima.
No dia seguinte deram-me a incumbência de achar as pegadas de emu. Ensinaram-me
como eram as pegadas. Ao achar alguma pegada de emu, eu deveria chamar os caçadores.
Os aborígines são exímios examinadores de pegadas. Pela
análise, eles sabem exatamente onde está o animal para apanhá-lo.
Eu ia à frente do grupo. De repente encontrei umas pegadas. Eram na verdade
de canguru. Chamei a todos. Eles vieram, viram que as pegadas não eram
de emu e sim de canguru e disseram. Essas pegadas são de canguru. Eu disse:
Mas canguru não é mais gostoso que emu? Eles responderam: Sim, é.
Mas nós hoje estamos caçando emu e não canguru. E se espalharam
novamente.
Mais um pouco e encontrava outras pegadas. Sabia que não eram de emu,
mas mesmo assim chamei os caçadores. Eles disseram: Essas pegadas são
de wallabies (um pequeno canguru). Eu disse: Mas wallabies não são
mais gostosos que emu e até mais gostosos que canguru? Sim, responderam
eles, mas hoje estamos caçando emu e não wallabies ou cangurus.
Outro dia voltaremos para caçar outro animal. Hoje estamos caçando
emu!
Na quarta vez que parei a caçada e as pegadas não eram de emu,
eles me disseram: “Nós estamos caçando emu”. Fizemos
a dança do emu, trouxemos os bumerangues de emu, as lanças de emu.
Se você parar a caçada cada vez que encontrar qualquer pegada, não
vamos caçar nem emu, nem canguru, nem wallabies. Outro dia voltaremos
para caçar cangurus ou wallabies. Hoje estamos caçando emu.
Foi então que eu aprendi a razão de todo primitivo ir caçar
e voltar com a caça rapidamente. Eles sabem exatamente o que estão
caçando e não se desviam do foco.
Na empresa e no nosso dia-a-dia é a mesma coisa: um objetivo
e metas claros e definidos, e muito foco nesses objetivos e metas; se
tivermos os instrumentos certos para atingi-los (ou armas adequadas),
pessoas certas com as habilidades necessárias treinadas, dedicação
e entusiasmo, com certeza atingiremos nossos objetivos, por mais audaciosos
que pareçam ser. Assim, o foco é, sem dúvida, um
dos principais fatores de sucesso de pessoas e empresas. Pense nisso.
Tenha foco. Sucesso!
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